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Demografia (1872-1980)

O primeiro Censo brasileiro foi realizado em 1872

O primeiro Censo Nacional no Brasil foi realizado em 1872 com a denominação de Recenseamento da População do Império do Brasil. Antes disso os levantamentos eram irregulares e imprecisos. As informações eram obtidas através de contagem de caráter estadual ou municipal e não tinham como objetivo único contar o número de habitantes. Os dados disponíveis estavam restritos a relatórios de autoridades eclesiásticas sobre os fiéis que frequentavam as igrejas e a relatórios de funcionários da colônia enviados pelas autoridades da metrópole. Usava-se também como fonte de informação as estimativas da população fornecidas pelos ouvidores ou outras autoridades à Intendência Geral da Polícia. Somente com a criação da Diretoria Geral de Estatística em 1871, órgão ligado ao ministro e secretário de Estado dos Negócios do Império, que iniciaram as atividades do primeiro recenseamento da população em todo o território nacional. Em 1880 o recenseamento não aconteceu por motivo de reestruturação da Diretoria Geral de Estatística. Somente depois da proclamação da República e por ato governamental é que, em 1890, o recenseamento da população geral do Brasil foi realizado novamente. Desde então, com exceção dos anos de 1910 e 1930, o Censo acontece aproximadamente a cada dez anos.

Um fator importante para o desenvolvimento e qualificação no recenseamento foi a criação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 1938. Com o surgimento deste órgão, juntamente com a contribuição de estudiosos como o demógrafo italiano Giorgio Mortara, é que o Brasil iniciou uma nova fase nas pesquisas demográficas. A partir de 1940, os Censos têm experimentado algumas mudanças nos seus questionários, que passaram a ser mais abrangentes e investigar temas de natureza econômica e social, como mão de obra, emprego, rendimento, fecundidade, migrações, entre outros¹.

Segundo os dados estatísticos, a população total do Rio Grande do Sul em 1872 era de 434.813 habitantes. Isto representava 4,3% da população total do Brasil. Os municípios mais populosos eram Porto Alegre com 43.998 habitantes, São Leopoldo com 30.860 e Cruz Alta com 30.662. Uma característica deste Censo foi a de trazer um registro oficial da população escrava nacional. Da população total do Estado, 15% era de escravos. Estes contingentes estavam localizados predominantemente em municípios do sul onde se desenvolviam as atividades das charqueadas.

Em apenas 28 anos, o Estado praticamente triplicou sua população, passando para 1.149.070 habitantes no recenseamento de 1900. A capital, Porto Alegre, já contava com mais de 73.674 habitantes, sendo a cidade mais populosa do Estado. Em 1920, novamente com crescimento intenso, a população gaúcha dobrou de tamanho, passando para 2.182.713 habitantes. Em 1950 a população já estava em 4.156.294 habitantes. A expansão das áreas coloniais em direção ao norte do Estado, iniciada ainda no século XIX, fez com que surgissem muitos povoados e novas áreas foram se emancipando. Além de Porto Alegre e de Pelotas, os municípios mais populosos do Estado eram Erechim, Santa Rosa, Três Passos e Passo Fundo, todos com mais de 100 mil habitantes.

A população total do Estado cresceu até 1980, embora em menor ritmo, somando 7.773.837 habitantes. A distribuição desta população no território, porém, aparece de forma diferenciada. Influenciados pelos inúmeros processos emancipatórios e pela transferência da população rural para as cidades, os municípios mais populosos, em 1980, estavam localizados no entorno da capital e em centros urbanos já consolidados.  Os municípios mais populosos em 1980 eram Porto Alegre, com mais de 1 milhão de habitantes; Canoas, Caxias do Sul e Pelotas, com população entre 200 mil e 300 mil habitantes; e Bagé, Gravataí, Viamão, Passo Fundo, Novo Hamburgo, Rio Grande e Santa Maria, com população entre 100 mil e 200 mil habitantes. 

¹ Informações baseadas no Histórico dos Censos Demográficos do IBGE.

Atlas Socioeconômico do Rio Grande do Sul