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Estiagens e secas

A estiagem foi o evento que mais atingiu pessoas no RS no período de 2017 e 2021, representando 43,2% do total do Estado

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Estiagem e seca correspondem a eventos climáticos de diferentes intensidades. A estiagem, conforme definição da Classificação e Codificação Brasileira de Desastres (Cobrade), é o “período prolongado de baixa ou nenhuma pluviosidade, em que a perda de umidade do solo é superior à sua reposição”. Caracteriza-se por ser menos intensa que a seca, ocorre em tempo menor e está relacionada com a redução no volume das reservas hídricas da superfície e do subsolo. A estiagem, enquanto desastre, produz reflexos sobre as reservas hidrológicas, causando graves prejuízos à agricultura e à pecuária.

Já a seca é definida pela COBRADE como sendo “uma estiagem prolongada, durante o período de tempo suficiente para que a falta de precipitação provoque grave desequilíbrio hidrológico.” Pode-se dizer então que a seca é a forma crônica de estiagem. Para que a seca seja considerada como desastre, é preciso uma interrupção do sistema hidrológico de forma que haja conseqüências no sistema ecológico, econômico, social e cultural de uma determinada região (CEPED/UFRGS, 2013).

A estiagem e a seca no Rio Grande do Sul tiveram registros em quase todos os anos entre 2003 e 2021, totalizando 2.265 ocorrências no período. Os anos com maior número de ocorrências foram 2004, com 346 registros; 2005, com 448; 2009, com 279; 2012, com 381; e 2020 com 500 registros.

Entre 2017 e 2021, o maior número de ocorrências aconteceu nos seis primeiros meses do ano. O maior foi em abril, com 118 ocorrências, seguido de março, com 114. Os meses de janeiro, maio, fevereiro e junho, apresentaram 91, 71, 47 e 12 ocorrências, respectivamente.

Em relação à territorialidade do evento, observa-se que a maioria dos municípios gaúchos apresentou, ao longo desses 18 anos, pelo menos uma ocorrência de estiagem e seca. A região do COREDE Norte foi a mais atingida, com 204 registros em 32 municípios. Em segundo está o COREDE Médio Alto Uruguai, com 185 ocorrências e, em terceiro, o COREDE Celeiro, com 147 registros. Os COREDEs com o menor número de ocorrências foram o Litoral e o Metropolitano Delta do Jacuí, com apenas oito registros cada um.

Com relação aos danos humanos provocados pela estiagem, o Rio Grande do Sul registrou, entre os anos de 2017 e 2021, um total acumulado de 1.918.999 atingidos (186 por enfermidades e 1.918.813 por outro tipo). Foi o evento que mais atingiu pessoas, representando 43,2% do total do Estado. Somente as tempestades apresentaram valor próximo a esse, com 1.789.409 de pessoas atingidas.

O fenômeno natural estiagem atingiu municípios em todos COREDEs do estado. O que mais registrou atingidos foi o COREDE Campanha, com 263.405 pessoas. Em segundo, o Médio Alto Uruguai, com 165.231 e, em terceiro, o Celeiro, com 144.538.

Ocorrências anuais de estiagem e seca, no Rio Grande do Sul, no período 2003-2021*


* Até 2016, foi considerada a data da publicação no Diário Oficial da União. De 2017 em diante, a data do registro. Fonte: S2iD/MDR

Ocorrências mensais de Estiagem, no Rio Grande do Sul, no período 2017-2021*


* Foi considerada a data de registro do evento. Fonte: S2iD/MDR

Número de atingidos por eventos de estiagem*, por COREDE, no período, 2017-2021

*Danos Humanos reconhecidos: soma de mortos, feridos, enfermos, desabrigados, desalojados, desaparecidos e outros afetados. Fonte: S2iD/MDR

Atlas Socioeconômico do Rio Grande do Sul